2004-12-16

pindura

meu varal está finalmente instalado. depois de seis meses de comprado e encostado numa parede, eu resolvi colocá-lo no seu devido lugar. fita métrica à mão, mãos à furadeira, furadeira ao teto, reboco na cabeça e às vezes dentro do olho também, porque sem olhar não dá. e um brilho no ôi de filicidádi de minínu piquênu que acabou de ganhar um daqueles pirulitos de açúcar de um quilômetro de comprimento - que vendia no janga - ao ver o bichim subindo... e descendo... subindo.... e descendo.... subindo... e descendo.

razão para o milagre da instalação: eu finalmente comprei uma máquina de lavar. depois de um ano e meio de saída de casa, ela finalmente se anunciou. conjecturas sobre a não-necessidade anterior do varal são válidas: até que eu precisava sim, de vez em quando, mas aí, como toda boa menina que lava as carçolas no banho, eu acabava pendurando as ditas cujas no pobre do banheiro mesmo; estrategicamente escondendo tudo a cada visita que chegava aqui em casa.

antes eu levava minhas roupas pra serem lavadas na casa de mainha. pensem nas montanhas e montanhas de roupas a serem levadas pra lá e pra cá. (ige, talvez ainda tenha uma leva... heheheh)

a casa de mainha. a casa de onde eu saí exatamente porque não dava mais pra mainha e eu e eu e mainha vivermos embaixo de um mesmo teto sem prejuízos à saúde mental de ambas. mainha, com quem eu briguei tanto, a quem eu direcionei e de quem recebi tanta palavra venenosa durante tanto tempo que eu não sei como não sucumbiram as duas, asfixiadas.

a casa de mainha. de onde eu não tenho saudade. eu tenho é saudade de mainha, agora. o que é massa. mainha, que eu via trocando resistência de chuveiro elétrico dentro de casa. sendo chef (não cozinheira, chef!) por gosto e paixão. pendurando quadro e trocando lâmpada sempre que necessário. danando a mão na furadeira com o maior jeito, pro que precisasse. o que me faz trocar tudo que é tomada dentro de casa hoje em dia. consertar interruptor, torneira vazando, trocar dobradiça de guarda-roupa. pendurar lustre, quadro, montar móvel de tudo que é tipo. ter tido a curiosidade de fuçar tudo porque ela me mostrou que podia, sim; que TUDO é FAZÍVEL, é só uma questão de entender o mecanismo. aí eu, como boa metida a cavalo do cão que sou, me dano a tentar fazer esse tudo totalmente todo aí pelo meio do caminho. mas o tal do varal.... ah, o varal. esse é mérito de gracia maria.

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