2004-12-31

amanhã

é outro ano.

tanta coisa que aconteceu em 2004. tanta história diferente, tanta gente nova, tanta lágrima e tanto riso. eu espero que 2005 venha melhor, assim como espero que todos dias, uns atrás dos outros, sejam melhores que os seus precedentes. nem sempre a gente consegue essas proezas - já que nós somos parte construinte destes dias - às vezes os empecilhos vêm de fora, concretamente, e às vezes em forma de fatos sonhados ou construídos dentro de alma, sobre fundações de bolhas de sabão... mas acreditar que sempre dá pra sair substituindo as bolhinhas por vigas e que eventualmente a gente vá conseguir dar suporte àquele castelo no ar é fuderoso.

aos sonhos mais distantes. que eles se aproximem.

c

2004-12-28

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toes, feet and legs
fingers, hands and arms
neurons, brain, thoughts

consciousness, anxiety, void

help!
way out, please!

way out...
it should be easier.

c

states

of mind

sometimes i wonder how on earth can a person's mood drift so wildly as mine does. and that happens: looking perspectively at a historical line of events, day to day and intraday itself. at times my workmates would wonder if i had taken sugar overdoses given my state of complete euphoria, maybe immediately followed by acute muteness. i am certain it is not psychiatric -- i DID look into it. sometimes it can be blamed on the annoying miracle of birth possibilities. yerch. i'll try and eliminate that one through some implants that seem to give you peace of mind and lower back excruciating pains for some 3 to 5 years. other times, not so much state of the body but state of the soul. i must admit that i do wrap myself into and around myself too much at times. but then... it does yield some good results - such as at least questioning the whole shebang. i think i had something else in mind as a point for this post, but it's too late now and i am sleepy.

the mood'll get better, i'm sure. it always does.

c

2004-12-21

cedo

acordar cedo [tendo dormido cedo] é um negócio tão miraculoso que eu não entendo porque eu não me esforço um pouquinho mais pra alcançar este feito mais vezes. a manhã existe! pássaros gorjeiam após uma noite de sono também! não apenas na hora que você tá indo dormir. hmm... eu posso tentar transformar isso numa daquelas coisas que o povo promete fazer no ano novo e tal, sem prometer, obviamente, já que se eu prometer é bem capaz de eu me esforçar pra NÃO cumprir. nada de resoluções: apenas linhas de ação salutares. [como começar a beber mais cedo agora, pra não ir dormir tão tarde].

c

2004-12-17

2004-12-16

pindura

meu varal está finalmente instalado. depois de seis meses de comprado e encostado numa parede, eu resolvi colocá-lo no seu devido lugar. fita métrica à mão, mãos à furadeira, furadeira ao teto, reboco na cabeça e às vezes dentro do olho também, porque sem olhar não dá. e um brilho no ôi de filicidádi de minínu piquênu que acabou de ganhar um daqueles pirulitos de açúcar de um quilômetro de comprimento - que vendia no janga - ao ver o bichim subindo... e descendo... subindo.... e descendo.... subindo... e descendo.

razão para o milagre da instalação: eu finalmente comprei uma máquina de lavar. depois de um ano e meio de saída de casa, ela finalmente se anunciou. conjecturas sobre a não-necessidade anterior do varal são válidas: até que eu precisava sim, de vez em quando, mas aí, como toda boa menina que lava as carçolas no banho, eu acabava pendurando as ditas cujas no pobre do banheiro mesmo; estrategicamente escondendo tudo a cada visita que chegava aqui em casa.

antes eu levava minhas roupas pra serem lavadas na casa de mainha. pensem nas montanhas e montanhas de roupas a serem levadas pra lá e pra cá. (ige, talvez ainda tenha uma leva... heheheh)

a casa de mainha. a casa de onde eu saí exatamente porque não dava mais pra mainha e eu e eu e mainha vivermos embaixo de um mesmo teto sem prejuízos à saúde mental de ambas. mainha, com quem eu briguei tanto, a quem eu direcionei e de quem recebi tanta palavra venenosa durante tanto tempo que eu não sei como não sucumbiram as duas, asfixiadas.

a casa de mainha. de onde eu não tenho saudade. eu tenho é saudade de mainha, agora. o que é massa. mainha, que eu via trocando resistência de chuveiro elétrico dentro de casa. sendo chef (não cozinheira, chef!) por gosto e paixão. pendurando quadro e trocando lâmpada sempre que necessário. danando a mão na furadeira com o maior jeito, pro que precisasse. o que me faz trocar tudo que é tomada dentro de casa hoje em dia. consertar interruptor, torneira vazando, trocar dobradiça de guarda-roupa. pendurar lustre, quadro, montar móvel de tudo que é tipo. ter tido a curiosidade de fuçar tudo porque ela me mostrou que podia, sim; que TUDO é FAZÍVEL, é só uma questão de entender o mecanismo. aí eu, como boa metida a cavalo do cão que sou, me dano a tentar fazer esse tudo totalmente todo aí pelo meio do caminho. mas o tal do varal.... ah, o varal. esse é mérito de gracia maria.

c

2004-12-13

é um círculo vicioso

nunca vi pessoa pra começar tanta coisa e deixar pela metade como eu.
[a ser exemplificado por este blog itself]

em perspectiva, desde o meu terceiro ano científico, quando o mundo virou de cabeça pra baixo e eu tinha que decidir o que eu ia ser pro resto da minha vida de pessoa responsável, ortogonal, convencional e previsível [é de chocar a quantidade de pessoas que concordavam com o fato de que invariavelmente eu me tornaria uma cientista químico-quântica-físico-matemática-biomolecular da nasa.]

só eu que não sabia o que eu queria. e pense numa certeza desejada. daquelas com as quais você sonha desde pivete. sabe o povo que se envisiona sendo médico, ou bailarina, ou piloto de avião, ou observador de passarinhos...? nope. nunca consegui enxergar nada. só via uma menina viajando pra bem longe, pra mil lugares, fazendo cursos, terminando um doutourado... em quê, mesmo? menor idéia. nunca, remotamente, ever. ou talvez tenha se apagado da minha mente. talvez meus amigos mais próximos daquele passado distante possam me ajudara lembrar se eu cheguei a dizer alguma coisa. eu mesma não lembro at all.

o que se seguiu foi um curso de engenharia [abandonado], um de economia [trancado], outro de administração [que nao passou nem do primeiro mês]... sem contar com idas e vindas ao francês, aqueles 20 livros que tão na minha cabeceira, entradas e saídas de aprendizados musicais e mil outras pequenas coisas que foram e vieram, e de vez em quando voltam de novo.

é fogo. aí bate essa agonia de quem não deu muita continuidade às obrigações e obrigatoriedades da vida. se bem que: no meio do caminho eu encontrei uma linha mestra que vem me levando - melhor, que eu vou amando e seguindo e construindo sem piscar. nem questionar. olha só. será que não tá na hora de adicionar cimento ao reboco? hahaha. é verdade, uma vez um amigo meu me disse que eu havia dito uma vez que seria feliz se passasse a vida cantando. eu estou sendo feliz.

acho que vou quebrar o círculo. continuar o blog, voltar pro francês, terminar os livros, escrever mais história, e quem sabe, dar uma identidade àquele doutourado - ela bem que já existe.

por enquanto, eu posso dizer que já viajei pra bem longe dentro de mim [mais so que se eu tivesse me tornado a mais esdrúxula cientista do mundo, tendo ido pra todas as ilhas da micronésia...] e que essa gota dessa ciência da vida é a minha paixão - mesmo que meio que pulada de galho em galho por vezes [hey! eu dei uma atenção especial a cada um deles]. nada que me impeça de ter o ideal lá de cima. ele só vai tar vestido de forma totalmente oposta à [inexistente mas influenciada] roupagem original.

yey! how 'bout this? o blog tá continuando. vou dar o chutão de impulso no resto. singin' along the way - and happy.

c