uma coisa que eu gosto de fazer é dar abraço. mas não daqueles meio marromeno, que você acha que a pessoa tá dando só porque parece que não tem outro jeito. abraço forte, daqueles de estalar todas as vértebras, de dar tapão forte nas costas, de agarrar bem agarradinho, apertar até parecer que o ar vai sumir. e se der ainda levantar o abraçado do chão e sair rodando que nem pião.
uma pessoa que me deu vários dos meus tantos primeiros tapões de carinho nas costas foi meu vô. ah, e ele também me ensinou a apertar a mão dos outros bem firme [até demais, às vezes], olhar no olho e passar confiança tanto no punho quanto no olhar. seu inácio, que se assemelha de forma tal a seu lunga que eu às vezes acho que o inspirou. seu inácio, que completou oitenta primaveras esse mês, e que tem pelo menos umas vinte a mais por vir; daquelas bem vividas. apesar da lunguice que; por incrível que pareça, vem melhorando, ao invés de piorar, com o passar das estações. apesar da hipocondria, daquelas que toda vez que se anuncia uma doença nova na televisão é CLARO que ele já está acometido por e a caminho de estados quase terminais. e pela pentelhação de filhos e netos, também apesar do pé de chumbo, que toda vez que recai sobre o acelerador do monza mil-novecentos-e-cocada-preta-que-parece-ter-saído-da-fábrica-ontem (de tanto que ele lambe) tende a levar o ponteiro de velocidade pra fora do painel. é, seu inácio; vou ficar votando na teoria woodrow wilson smith/lazarus long. e trabalhar pra pegar carona na longevidade. :)